A substituição do químico pelo natural é cada mais comum com essa onda de ambientalismo. Depois que os protestos contra os usuários dos casacos de pele, violões da natureza e afins viraram "moda", a própria moda seguiu um novo rumo. E mesmo que essa idéia seja apenas moda, mesmo, as questões ambientais nunca foram tão discutidas como agora. A preocupação é tão grande que até os creminhos rejuvenescedores de cupuaçu e bacuri, antes substituídos pelos produtos químicos importados, voltaram a tona. E o apelo pela à natureza também fala alto.
Tudo o que antes era produzido em laboratórios agora é retirado das matas. Já ouviu falar do óleo de Argan? É a nova febre que agita o mundo da estética e, paradoxalmente, o universo ambientalista. O oleosinho amarelo conhecido como o ouro do sudoeste de Marrocos é extraído da semente da árvore Argan Spinosa, espécie única no mundo que cresce no clima árido e quente da África.
Há vinte anos cientistas europeus descobriram, através de análises químicas, que o valor nutricional era bastante significativo. O Óleo de Argan é rico em vitamina E, contém 80% de ácidos graxos essenciais, sendo 45% ácido oleico e 35% linoleico. O produto, então, foi incluído nas dietas e na medicina tradicional. Mas a evolução foi contínua e gradativa e, pouco tempo depois, descobriram que o produto é ideal para combater o envelhecimento e ressecamento da pele, as acnes, lesões de menor gravidade e bom até para as unhas.
Rejuvenescedor, o Óleo de Argan saiu da mesa dos marroquinos e foi parar nos salões de beleza da Europa. Agora, mundo a fora, o ouro líquido é cobiçado pelas empresas de cosméticos. Mais da metade da área de Essaouira e da planície de Souss, único lugar onde podemos encontrar a Argan Spinosa foi destruída nos últimos dez anos. Dos mais de um milhão e seiscentos mil hectares, restaram apenas oitocentos mil, apenas 2 milhões de árvores à espera de um mercado efervecente e explorador.
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