sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A verdadeira essência de um guarda-chuva


Os dias de chuva, que estão se tornando mais comuns que calça jeans, trazem ao nosso convívio um interessante, e óbvio, objeto: O guarda-chuva.

Particularmente, não gosto e não uso guarda-chuva (não acredito em sua funcionalidade), mas algumas peculiaridades do objeto e seus usuários me intrigam.

Os guarda-chuvas estão cada vez mais sofisticados. Podem ser xadrez, de marca, em forma de bichos, com rendas, automáticos, grandes, pequenos, com pára-raios, ar condicionado, vidro elétrico e direção hidráulica.

Mas a evolução não permitiu que os guarda-chuvas se livrassem das numerosas e perigosas pontas. De fato, mesmo não sendo engenheiro ou designer, consigo compreender que não haveria como abrir uma bola de tecido presa em um mastro se não houvesse aquelas divisões, que permitem que o guarda-chuva se dobre. Então, as pontas são males necessários.

Sendo assim, o porte de guarda-chuva deveria ser equiparado ao porte de armas ou, pelo menos, deveria ser exigido prévio exame psicotécnico aos seus usuários. Afinal, as pessoas andam, passeiam e até correm com seus guarda-chuvas pelas ruas cheias, sem a capacidade de calcular o aumento (na maioria dos casos) do raio ao carregar o objeto aberto.
Continuam passando entre espaços pequenos, esbarrando e submetendo os demais a uma literal "pontada" na cabeça ou nos olhos. Nem debaixo das marquises, abrigo que deveria ser constitucionalmente reconhecido como de uso exclusivo dos "desguarda-chuvados" em dia de chuva, é dada uma trégua.

Outra coisa: Ainda vai ser descoberto que os profissionais meteorológicos fazem bico de vendedores ambulantes em dias de chuva. De outra forma, de onde surgiria tanta oferta de guarda-chuvas, de todos os tipos e tamanhos, exatamente nos dias em que chove? Basta cair uma única gota que, olhando para o lado, se compra por R$ 10 o que há de mais moderno na indústria "guarda-chuvística".

E o pessoal compra mesmo! Isto porque guarda-chuva é um dos objetos preferidos dos duendes. No primeiro dia de sol após o temporal, eles levam o guarda-chuva embora, para nunca mais ser visto. É melhor acreditar nisso do que na existência de um imenso depósito clandestino, onde estão todos os guarda-chuvas, canetas bic e isqueiros roubados.

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