"O patrimônio cultural de um povo é a sua identidade, faz manter viva a memória e mostrar a história da comunidade", declara o prefeito de Caxambu, no sul de Minas Gerais, Luis Carlos Pinto. A cidade quer se tornar Patrimônio da Humanidade e ser reconhecida como o maior complexo hidromineral do planeta.
Segundo a chefe do Departamento de Cultura de Caxambu, Mayara Marinho, grande parte da documentação já foi providenciada para que o município seja avaliado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Os deputados estaduais Chico Uejo e Dalmo Ribeiro também lutam na justiça pedindo o tombamento da Estância Hidromineral da cidade como Patrimônio Cultural do Estado.
Caxambu tem a mior concentração de águas carbogasosas do mundo e tem o turismo como base da economia. Todo mês, cerca de 12 mil pessoas passam pelo Parque das águas. A área tem mais de 200 mil metros quadrados e concentra os 12 tipos de água mineral existentes na região. A previsão para os próximos meses, segundo a prefeitura, é que 50 mil turistas passem pelo município. Um aumento de quase 40%.
Para Mayara Marinho, a inclusão da cidade nas listas de PatrimÔnio Nacional e da Humanidade vai trazer benefícios como mais investimento no turismo. Já para o prefeito Luiz Carlos Pinto, a iniciativa pode ser "uma importante aliada do desenvolvimento sustentado, da promoção do bem-estar e da cidadania".
Além do poder das águas, a cidade conta com a peculiaridade das construções arquitetônicas erguidas no século XIX, abrigando personalidades importantes que mudaram a história do Brasil como a Princesa Isabel, responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no país em 1888.
Os documentos ainda estão sendo avaliados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Primeiro a região será tombada como patrimônio do estado. Uma audiência pública, autorizada no dia 16 de abril deste ano, vai debater o projeto. O encontro entre deputados e representantes do município ainda não tem data prevista para acontecer.
Se for reconhecida pela Unesco, Caxambu entra para a lista junto com a cidade histórica de Ouro Preto, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo, e o centro histórico de Diamantina, já considerados Patrimônios da Humanidade em Minas Gerais
Algumas das Fontes mais conhecidas de Caxambu
Fonte Dom Pedro : A mais antiga e simbólica do Parque das Águas. O nome é uma homenagem ao Imperador D. Pedro II, representado também pela réplica da coroa imperial sobre o pilar da construção de mármore. A captação dessa fonte teria ocorrido em meados do século XIX e o atual pavilhão data de 1960. Dali brota a água rica em gás carbônico e bicabornato de sódio, capazes de estimular as funções digestivas e eliminar pertubações gastrointestinais.
Fonte Duque de Saxe: Conhecida também como fonte sulforosa devido a presença de enxofre, tem esse nome em homenagem ao marido D. Leopoldina (genro do imperador). Seu diferencial em relação às demais seria o ponto de inalação dos gás sulfídrico, que atua no aparelho respiratório desobstruindo as vias respiratórias.
Fonte D. Isabel e Conde D'Eu: Esta tem uma história peculiar: "Foi bebendo águas dessa fonte que, em 1868, a Princesa Isabel teria vencido as dificuldades que tinha para engravidar", diz a história. Em sinal de agradecimento e ao cumprimento de uma promessa, a princesa e o Conde D'Eu determinaram a construção, em Caxambu, da Igreja Santa Isabel, dedicada à rainha da Hungria.
Estas fontes férreas passaram a dividir o mesmo pavilhão em 1910.
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